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O que você está realmente buscando?

Uma reflexão profunda sobre escolhas, prioridades e o verdadeiro sentido da felicidade e do propósito na vida pessoal e profissional

Era uma terça-feira qualquer. O trânsito carregado, o mesmo café amargo da padaria da esquina, o e-mail com prazo impossível logo às 8h01 e a cabeça já programada para sobreviver até a sexta-feira. Mais um dia empilhado sobre outro. Mais uma agenda lotada, mais um sonho adiado.

Você já parou para se perguntar qual é o propósito que está guiando a sua vida — ou melhor, se é você quem realmente está no volante?

Vivemos tempos acelerados. Ser produtivo virou medalha. Ser multitarefa virou virtude. Mas, no fundo, entre reuniões intermináveis, notificações pulsando no celular e metas que se multiplicam como gremlins, talvez você esteja apenas sobrevivendo com aparência de sucesso.

Acordar, correr, trabalhar, entregar. Dormir. Repetir.
E, quando sobra tempo, fingir que está tudo bem.

Mas e a felicidade? Ela aparece onde, nessa equação?

O propósito que você diz ter — é mesmo o seu?

Muita gente diz que tem propósito. Trabalha para “fazer a diferença”, quer “mudar o mundo”, almeja “crescer na carreira”. Palavras bonitas, sim. Mas será que, no fundo, esse discurso não serve só para dar algum sentido a um ritmo de vida que, em muitos momentos, parece sem direção?

A verdade é que confundimos propósito com ocupação. Achamos que propósito está no que fazemos — quando, na verdade, ele está no por que fazemos. E mais ainda: para quem fazemos.

O propósito é como um farol. Ele não empurra, não obriga, não grita. Mas guia. Ilumina escolhas. Filtra excessos. Dá sentido até ao tédio de uma planilha e à dor de uma conversa difícil. Propósito não é sinônimo de prazer constante. É sinônimo de coerência.

Quando foi a última vez que você se sentiu genuinamente feliz?

Essa pergunta, simples e direta, costuma ser desconfortável. Porque felicidade não é o que vendem nas propagandas: um carro novo, uma viagem paradisíaca ou um aumento no salário. Felicidade, como dizia Aristóteles, é uma atividade da alma em conformidade com a virtude. E isso soa até meio filosófico demais, não é?

Então, pense assim: felicidade é estar em paz com o que se é e com o que se faz. É a sensação de que, mesmo nos dias difíceis, há sentido. É quando você não precisa de férias da própria vida.

Felicidade está no agora — e não no “quando eu alcançar…”.
Está em rir de algo bobo com quem se ama.
Está em se permitir falhar, descansar, ser humano.

E, se ela está sempre no futuro, talvez você esteja perseguindo um ideal e não construindo uma realidade.

Sua carreira é o seu sonho ou a sua prisão?

Quantas pessoas você conhece que trabalham com o que “amam”, mas vivem esgotadas? Ou que têm estabilidade, mas perderam a alegria de viver? A armadilha está em achar que sucesso profissional vai preencher vazios existenciais. Spoiler: não vai.

Você pode ter o cargo que quiser, o salário que quiser, os prêmios que quiser — se você não estiver alinhado com seus valores mais profundos, a conta sempre vai parecer incompleta.

A pergunta, portanto, não é “onde você quer estar em cinco anos”, mas “quem você quer ser hoje para, daqui cinco anos, não se arrepender?”

E se o verdadeiro sucesso for desacelerar?

Parece contracultural dizer isso em pleno 2025, mas talvez o que você mais precise não seja de um plano de carreira, mas de um plano de vida. Um mapa que inclua pausas, afeto, vulnerabilidade e, principalmente, presença.

Talvez o verdadeiro sucesso seja conseguir almoçar com seus filhos sem olhar o celular. Seja ter coragem de mudar de rota aos 40, 50 ou 60 anos. Seja reconhecer que você tem valor, mesmo sem produzir nada.

Felicidade, então, deixa de ser objetivo e vira prática. Um hábito. Um compromisso com aquilo que te faz bem — mesmo que não renda curtidas ou bônus no fim do mês.

A reflexão que você não pode adiar

Você está construindo uma vida que faria sentido se tudo acabasse amanhã? Ou está apenas empilhando dias, esperando por um “quando der tempo”?

Se a sua agenda não comporta o seu propósito, talvez seja hora de mudar a agenda — ou o propósito.
Se sua felicidade depende do fim de semana, talvez você não esteja vivendo, apenas esperando.
Se o seu trabalho não cabe na sua vida, talvez você precise rever as medidas — não só as do contrato, mas as do coração.

A pergunta não é se você é feliz todos os dias. Isso seria ilusão. A pergunta é: o que você está priorizando em nome da felicidade que diz buscar?

O convite

Hoje, tire cinco minutos para se ouvir. Pergunte-se:
– O que é felicidade para mim?
– Que partes de mim eu estou silenciando para caber nas expectativas dos outros?
– O que eu mais valorizo e o que tenho deixado de lado?
– O que posso mudar, ainda hoje, para caminhar na direção de quem eu realmente quero ser?

A resposta talvez não venha agora. Mas, se vier o incômodo, já é um sinal.
E, às vezes, é exatamente disso que a gente precisa para reencontrar o rumo: uma boa pergunta — feita no momento certo.

O resto, a vida responde.

E você: vai continuar vivendo no automático? Ou vai escolher viver com propósito?